Por
Matt Chandler
Deus,
somente Deus, é supremo. O Deus sobre o qual você encosta a face se estende a
fins invisíveis e insondáveis. John Piper colocou desta maneira: “Quanto mais
para cima você for nos pensamentos revelados de Deus, mais claro você enxergará
o alvo de Deus ao criar o mundo, como sendo demonstrar o valor de sua própria
glória”. Piper acrescenta ainda: “Este alvo nada mais é que a infinda e sempre
crescente alegria do seu povo nessa glória”.10 Vemos isso também na Confissão
de fé de Westminster: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo
para sempre”.
Chamamos
tal gozo de “adoração”. Quando tal adoração for a atribuição de máximo valor a
alguma pessoa ou coisa que não seja o único Deus trino do Universo, é
idolatria. A raiz da adoração cristã, portanto, é reconhecer, submeter-se e ter
prazer na supremacia da glória de Deus. Em todas as coisas.
Isso
quer dizer, por exemplo, que Deus nos dá o dom do sexo, e é uma boa dádiva, mas
não o dá para que nossa alegria se complete no próprio ato do sexo. Ele o deu
para que sejamos sobrepujados pela bondade de Deus em nos dar tão excelente
dádiva. A sexualidade não é um fim em si mesmo, nem um meio para a nossa
glória. Foi-nos dada para que pudéssemos adorar a Deus. Semelhantemente, Deus
nos deu os alimentos e o vinho não para que pudéssemos nos embriagar e enfastiar,
nem para que não tivéssemos prazer neles, mas para que
pudéssemos saborear um bocado de boa comida ou sorver um excelente vinho e, por
meio deles, ter prazer em Deus. 1Timóteo 4.4 nos diz: “Pois tudo que Deus criou
é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável”. A adoração, quando
vista dessa forma, é maior e mais abrangente do que apenas cantar alguns hinos
no culto da igreja umas duas vezes por semana. É o modo de vida daqueles que
estão apaixonados e encantados pela glória de Deus. Adoramos a Deus quando, ao
compartilhar das suas boas dádivas, algo acontece nos recônditos mais profundos
da alma, proibindo que a glória termine no dom em si ou em nosso prazer dele,
mas corra mais fundo, estendendo àquele que tudo nos deu.
Sem
um entendimento de Deus e sem adorá-lo dessa forma, tudo se torna superficial.
Tudo – desde o jantar até o sexo, do casamento até aos filhos, do trabalho até
às artes e a literatura – tudo fica superficial e trivial. Mas quando se
compreende a força motriz por trás de todas as coisas, de repente há uma
quantia eterna de alegria à nossa disposição, porque tudo que fazemos é
iluminado e animado pela infinda glória do Deus eterno.
Você
não precisa ser um profissional religioso para ver evidência dessa verdade. Se
eu não fosse pastor que recebe pagamento para dizer essas coisas, mas apenas um
estudante da humanidade, não poderia argumentar contra o fato de que todos nós
fomos instalados, feitos, para a adoração. Não creio que seria difícil discutir
que nossa adoração acaba sendo vaga e superficial.
Está
sendo travada uma guerra, e boa parte do mundo se encontra em uma incrível
confusão de pobreza, fome, inquietação cívica e violência. No entanto, se ligar
a TV no noticiário, é mais provável que você escute falar das atividades diárias
de estrelas populares e atores, ou quanto dinheiro ganha um atleta e quem ele
namora no momento, do que qualquer coisa significativa. Com certeza, qualquer
pessoa vê que nosso “interruptor de adoração” está sempre ligado, sintonizado a
difusoras ridiculamente finitas. Homens adultos pintam o corpo e surfam número
incalculável de sites da rede para seguir um time esportivo – emoção
significativa derramada sobre as habilidades físicas infantis de um jogo.
Vá a qualquer concerto e verá pessoas erguer espontaneamente as mãos, batendo
palmas, fechando os olhos, sendo tocados espiritualmente pela música. As
pessoas pescam ou fazem caminhadas para estar sintonizadas à natureza.
Colocamos pôsteres em nossas paredes, adesivos em nossos carros, tatuagens
sobre nossa pele, e drogas em nosso sistema. Fazemos todas essas coisas e
outras semelhantes, derramando-nos automaticamente e com grande naturalidade,
naquilo que está decadente. Queremos adorar alguma coisa. A adoração é uma
reação nata. Fomos feitos pelo próprio Deus para sermos adoradores.
Trecho
do livro “O Evangelho Explícito”, de Matt Chandler, Próximo lançamento da
Editora Fiel.
Publicado em: http://www.blogfiel.com.br/2013/02/as-raizes-da-adoracao.html#more-5671
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